Terminologias em Healthcare

TERMINOLOGIAS: HEALTHCARE


Como nos demais ambientes de trabalho, as empresas de TI em Saúde também têm colaboradores de muitas diferentes áreas. Existem os analistas e gerentes de projetos que vêm de áreas clínicas como os enfermeiros, farmacêuticos, assistentes médicos, médicos e técnicos.

Depois, há pessoas que como eu, vêm de áreas operacionais / técnicas e executivas. Algumas das minhas qualificações vieram da faculdade, mas a maioria das minhas habilidades vieram do bom e antigo OJT (on-the-job-training), com uma grande quantidade e desejo por aptidão técnica.

À medida que evoluí (e continuo) em minha carreira de TI em Saúde, tive que ‘aprender’ muitos conceitos e termos clínicos que eu não estaria exposto em outras indústrias.

Então, se você é um administrador de redes ou de firewall, gerente de sistemas ou está em outra posição técnica, vou destacar algumas terminologias clínicas utilizadas em TICS.


Mas como profissional técnico, eu preciso conhecer os termos clínicos e porquê?

Na verdade não, mas por que não investir alguns minutos nesta leitura para se tornar um membro melhor em sua equipe e também ajudá-lo a entender melhor as necessidades de seus colegas das áreas clínicas?

Não é possível que isto seja feito de forma abrangente sobre os termos clínicos, são muitos milhares.

Vou tentar trazer a você, aqueles mais relevantes em meu dia-a-dia e durante minha jornada como Informata em Saúde. Vamos lá!


Acuity (Acuidade)
Na atenção à saúde, a acuidade se refere ao nível da gravidade da doença em um paciente, grupo de pacientes ou em uma área de cuidados clínicos.

Este define a quantidade de cuidados médicos necessários para determinada condição ou paciente. Às vezes é usado um contexto para o escore de acuidade, que compila dados diferentes para se chegar a um resultado, e então melhor entender como cuidar de um paciente.

 

O entendimento sobre Acuidade é importante quando você trabalha com usuários clínicos em projetos e em suporte de TI. O equipamento utilizado pela UTI deve ter prioridade no suporte, do que o software de inventário ou suprimentos.


AVS – After Visit Summary (Sumário do Atendimento)
Se você vai ao médico ou a um hospital, mesmo que uma vez nos últimos 15 anos, você recebeu (ou deveria!) um documento ao final da visita médica que resume coisas como:

• O que foi observado/examinado
• O que foi diagnosticado
• Medicamentos ou outras solicitações durante a visita médica
• Medicações em uso
• Instruções para o paciente sobre como darem continuidade ao tratamento pós-visita


CMS – Centers for Medicare and Medicaid Services (Centros de serviços Medicare e Medicaid)
Os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (EUA) são uma grande agência federal que atuam pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). Este departamento emprega cerca de 6.000 funcionários e é responsável por estas e outras áreas:

• Gerenciamento do Medicare e Medicaid
• Supervisão da Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro de Saúde de 1996 (HIPAA)
• Programas de Gerenciamento como o Programa de Seguro de Crianças do Estado
• Programas de qualidade em instalações de atenção à saúde de longo prazo
• Padrões de qualidade em laboratórios
• Manutenção do HealthCare.gov
• Regulamentos para agências de HOME-in-HEALTH

 

Não é difícil entendermos que uma grande agência federal tem muita autoridade sobre as práticas e as tecnologias em saúde e em vários níveis. O CMS pode alterar os regulamentos e os requisitos para os sistemas de tecnologias em saúde a qualquer momento.

O CMS pode estabelecer regras que requeiram que os fornecedores de tecnologias desenvolvam ou alterem as principais características de seus produtos em curto prazo.


Clinical Documentation Improvement (Melhoria da Documentação Clínica)
A melhoria da documentação clínica é uma habilidade e uma posição de trabalho que tem a ver com as melhores práticas para documentar toda a informação clínica que é inserida em um sistema eletrônico.

Um especialista em melhorias de documentação clínica, deve orientar aos demais profissionais clínicos a fim de garantir que os dados inseridos sobre o estado clínico de um paciente sejam traduzidos para dados codificados, que são conjuntos de códigos padrão da indústria para diagnósticos e procedimentos.

Se um profissional clínico não estiver documentando corretamente no registro eletrônico, então será impossível extrair dados significativos, como para análise de doenças, dados de saúde pública e outras observações.


Comorbidities (Comorbidades)
As comorbidades são as condições médicas crônicas que acompanham ou estão associadas a um diagnóstico primário. Por exemplo, um paciente com Diabetes pode ter comorbidades de apnéia do sono e de doenças cardiovasculares.

Isso se aplica à tecnologia quando os clínicos precisam, por exemplo, obterem dados sobre uma amostra de pacientes, para que se identifiquem os pacientes que estão em maior risco.


H&P (History and Physical) H&P (História Clinica e Física)
História Clínica e Física (H&P) é um termo médico para descrever a documentação da história médica pertinente, juntamente com a realização de um exame físico no paciente. O físico geralmente é feito da cabeça aos pés, e as observações médicas são registradas no sistema eletrônico. O H&P é usado para ajudar um médico a chegar ao diagnóstico.


MAR – Medication Administration Record (Registro de Administração de Medicamentos)
MAR é o registro da administração de medicamentos. É a documentação sobre o que realmente foi administrado ao paciente.

• Primeiro, para cada medicamento é registrada uma ordem.
• Em seguida, a medicação é dispensada, por uma farmácia ou uma unidade de distribuição automatizada.
• Finalmente, o medicamento é administrado

Em um ambiente de atenção primária, todas essas ações podem acontecer ao mesmo tempo, por exemplo, quando você recebe uma vacina contra a gripe.

No entanto, se um paciente estiver em quimioterapia, por exemplo, esse medicamento pode ser solicitado muito antes de ser administrado, e haverá várias administrações, sendo a cada sessão de quimio.


PHI – Protected Health Information (Informações Protegidas em Saúde)
PHI significa informação protegida em saúde e é um conceito de segurança realmente importante para todos nós no setor de saúde.

Qualquer informação que possa ser usada para identificar individualmente um paciente é considerada PHI, e se nas mãos erradas, ela pode ser usada para hackear ou extorquir. Exemplos de PHI são:

• Qualquer parte do nome de um paciente
• Endereços (qualquer parte mais específica que o estado)
• Números de telefone
• Endereço de e-mail
• Local de trabalho
• Datas, inclusive, nascimento, morte e hospital de admissão
• Números de CNH, RG, CPF, Titulo Eleitor, CNS, Numero carteira convenio médico
• Fotos
• Nomes de parentes
• Números de identificação do veículo
• Números da conta

Para todos estes itens, qualquer pessoa que tenha acesso ou mesmo aqueles que utilizem dados de saúde para sua prática laboral, devem protegê-los contra qualquer risco de acesso inadequado e ilegal


PHQ-2 ou PHQ-9
PHQ significa questionário de saúde do paciente (Patient Health Questionarie), e o 2 ou 9 tem a ver com o número de perguntas específicas que são feitas aos pacientes em relação a sua saúde mental. O questionário é usado como ferramenta de triagem para depressão.

• O PHQ-2 questiona:

  • Durante o último mês, você se sentiu abatido, deprimido ou sem esperança?
  • Durante o último mês, você se sentiu pouco interessado ou sem prazer em fazer as coisas?

• O PHQ-9, obviamente, tem nove perguntas para reunir mais detalhes sobre a saúde mental do paciente.


Point of Care Test (Exames no Ponto de Atenção)
Um teste no ponto de cuidados (POCT) é um exame ou uma observação realizada durante, por exemplo, uma consulta. Medidas de glicose, testes de estreptococos, teste de gravidez e alguns tipos de exames de urina são exemplos de POCTs.


Protocol Orders (Protocolo para Ordens)
Protocolo para as solicitações (ordens) são pedidos que podem ser realizados pelos profissionais clínicos de acordo com um conjunto pré-definido de diretrizes que se alinham com as qualificações de sua prática clínica.

Um exemplo seria “quando a febre está acima de 37C, RN ministrar 650 mg de Tylenol”.

Esta prescrição não precisaria então, ser autorizada por um médico porque o julgamento clínico necessário para aprovar esse pedido está dentro do escopo para o qual é treinada uma enfermeira RN.


ROI – Release of Information (Liberação da informação)
Quando uma unidade hospitalar externa solicita informações médicas sobre um paciente, as organizações de saúde precisam seguir diretrizes e leis específicas para garantir que a solicitação seja legalmente autorizada e que a informação correta seja fornecida à entidade.

Uma forma comum de liberação de informações (ROI) é ser solicitada por um advogado. Outro exemplo seria quando um paciente está envolvido em um estudo de pesquisa médica ou em um ensaio clínico.

Todos os principais sistemas de registros eletrônicos de saúde (EHR) possuem funcionalidades que fazem do ROI um processo estruturado e repetitivo.


Risk for Readmission (Risco de readmissão)
O risco de readmissão é exatamente o que nome sugere – uma medida para a probabilidade de um paciente ser readmitido novamente no hospital por uma condição que deveria ter sido totalmente resolvida em um episódio anterior. Alguns motivos de readmissões:

• Os pacientes não foram bem atendidos: um sintoma ou condição que não foi devidamente resolvida
• Readmissões dentro de 30 dias após a alta: custam ao setor de saúde dezenas de bilhões por ano, de acordo com a Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde
• O profissional de saúde não está sendo utilizado de forma eficiente: estão ocorrendo readmissões desnecessária


Scope of Care (Escopo dos Cuidados)
O escopo dos cuidados em saúde se define pelo o que um profissional de saúde está habilitado a fazer de acordo com sua licença profissional.

Isto está relacionado com a definição acima sobre Protocolos para Ordens. Uma enfermeira pode estar autorizada a dispensar certos medicamentos sem receber uma nova solicitação de um médico.

Um auxiliar de enfermagem certificado (CNA) no entanto, não pode administrar medicamentos na maioria dos cenários de atendimento.

Existem algumas exceções para alguns escopos de cuidados que dependem das configurações do conjunto de cuidados no sistema clínico.

Por exemplo, em um ambiente de cuidados residenciais, um CNA (Certified nursing assistants – (cuidador)) pode administrar alguns medicamentos sob a direção de uma RN (registered nurse).

O alcance dos cuidados é importante no aspecto técnico e para a segurança do paciente, mas se um usuário clínico é impedido de fazer algo que seu trabalho exige, (ou tem muito acesso), provavelmente há algum nível de segurança configurado incorretamente no aplicativo clínico.

Muitos sistemas de software clínicos podem definir a segurança do usuário a níveis departamentais ou por grupos, em nível organizacional e para um usuário específico.


Value Based Purchasing (Compras baseadas em valores)
O Value Based Purchasing (VBP) é realmente um grande problema na área da Saúde nos EUA no momento.

A VBP é uma iniciativa da CMS que paga parte dos serviços aos hospitais e outra parte pela qualidade dos cuidados que foram prestados aos beneficiários do Medicare, em vez de apenas pagar os serviços prestados.

Esta é uma disposição da Lei do Cuidado Acessível (Obamacare), e se baseia em tecnologia para suportar a capacidade de medir o quão bem uma área de cuidados clínicos está cumprindo com suas metas de qualidade.


Se você encontrou algum erro ou deseja contribuir com mais definições, nos escreva por favor.

[contact-form to=’radespaulo@gmail.com’ subject=’Form: Terminologias em Healthcare’][contact-field label=’Nome’ type=’name’ required=’1’/][contact-field label=’E-mail’ type=’email’ required=’1’/][contact-field label=’Site’ type=’url’/][contact-field label=’Mensagem’ type=’textarea’ required=’1’/][/contact-form]


Paulo R. Rades, cpTICS, HL7, McSa